Nota Técnica Nº 30/2025: Vínculo e Acompanhamento Territorial na APS

A Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS/MS) publicou a Nota Técnica Nº 30/2025, detalhando e atualizando a metodologia de cálculo do cofinanciamento federal para o Piso de Atenção Primária à Saúde (APS) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Esta atualização visa aprimorar a qualidade do cuidado, reduzir barreiras de acesso e promover o aprimoramento da territorialização, sendo crucial para a gestão eficiente das equipes de Saúde da Família (eSF) e Equipes de Atenção Primária (eAP).

Importante: o Componente de Vínculo e Acompanhamento Territorial é estruturado em duas dimensões principais, totalizando um escore máximo de 10 pontos:

  1. Dimensão Cadastro (30% do escore final).
  2. Dimensão Acompanhamento (70% do escore final).

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1.Aprimoramento da Gestão: A Dimensão Cadastro (30%)

A Dimensão Cadastro corresponde a até 3,00 pontos do escore final. Seu objetivo é qualificar as informações cadastrais e promover a análise epidemiológica e demográfica da população adscrita.

  1. Critérios de Qualificação e Validade

Para que um cadastro seja contabilizado, ele deve cumprir integralmente os requisitos de validação do Sistema de Informação em Atenção Primária à Saúde (Siaps).

  • Pessoa Cadastrada: Possui o Modelo de Informação de Cadastro Individual (MICI) e atende aos requisitos de validação do Siaps.
  • Prazo de Atualização: Serão considerados apenas os cadastros individuais incluídos ou atualizados nos últimos dois anos (24 meses), prazo este alinhado ao estabelecido para o Cadastro Único (CadÚnico).
  • Exclusão: Cadastros rápidos ou simplificados no módulo do cidadão não são válidos para a aferição deste componente. Além disso, usuários com registro de “Fora de Área (FA)” ou “Mudança de território” também não são considerados.
  1. O Fator de Multiplicação: Valorização do Cadastro Completo

A metodologia aplica um fator de multiplicação para valorizar a completude dos registros, o que incentiva a coleta de dados específicos sobre o domicílio e o território (essenciais para o planejamento e a gestão das ações de saúde).

Tipo de Cadastro/Modelo de Informação

Fator de Multiplicação

 

Apenas Cadastro Individual (MICI)

0,75

 

Cadastro Completo (MICI + MICDT)

1,5

 

Se o Cadastro Domiciliar e Territorial (MICDT) não tiver sido incluído ou atualizado nos últimos 24 meses, será considerado apenas o fator do cadastro individual (0,75).

  1. Classificação e Limites do Cadastro

O resultado do cadastro (índice ponderado) é classificado em quatro níveis:

Resultado Cadastro

Escore 

Classificação

>85

3,00

Ótimo

65 a 84,9

2,25

Bom

45 a 64,9

1,50

Suficiente

<45

0,75

Regular

É crucial notar que, se o limite máximo de pessoas cadastradas por eSF e eAP for ultrapassado (definido conforme o porte populacional do município, variando de 2.000 a 3.000 para eSF), a classificação máxima que a equipe poderá alcançar é “Bom”.

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2.O Coração do Componente: A Dimensão Acompanhamento (70%)

A Dimensão Acompanhamento representa a maior parcela do escore (até 7,00 pontos) e tem como foco a continuidade do cuidado e o vínculo entre a pessoa e a equipe.

  1. Definição de Pessoa Acompanhada

Uma pessoa é considerada acompanhada se apresentar mais de um contato assistencial com um profissional de saúde no período de um ano (12 meses). É obrigatório que, pelo menos um desses contatos, seja uma prática de cuidado:

  • Práticas de Cuidado: Incluem Atendimento Individual (MIAI), Atendimento Odontológico Individual (MIAOI), Atividade Coletiva (MIAC) e Visita Domiciliar e Territorial (MIVDT).
  • Combinação Necessária: A pessoa deve ter, no mínimo, uma prática de cuidado combinada com um procedimento (como vacinação ou outros procedimentos – MIV/MIP) ou uma prática de cuidado combinada com outra prática de cuidado.
  1. Ponderação por Vulnerabilidade Socioeconômica e Demográfica

Um ponto central da nova metodologia é a ênfase no olhar diferenciado para as pessoas em maior situação de vulnerabilidade. Para isso, o acompanhamento é ponderado (multiplicado) conforme os critérios abaixo:

Critério de Vulnerabilidade

Ponderação

Multiplicador

Sem critérios

1,0

A

Pessoa Idosa (60 anos ou mais) ou Criança (até 5 anos incompletos)

1,2

B

Beneficiário do PBF ou BPC

1,3

C

Pessoa Idosa ou Criança + Beneficiário do PBF ou BPC

2,5

D

A maior ponderação (2,5) é aplicada quando o usuário se enquadra simultaneamente na característica demográfica (Idoso/Criança) e socioeconômica (PBF/BPC), reforçando o incentivo ao acompanhamento dessas populações.

  1. Classificação do Acompanhamento

O resultado do acompanhamento (índice ponderado) define o escore Y, que pode chegar a 7,00 pontos.

Resultado Acompanhamento

Escore Y

Classificação

>85

7,00

Ótimo

65 e 84,9

5,25

Bom

45 a 64,9

3,50

Suficiente

<45

1,75

Regular

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Bônus de Engajamento: Satisfação do Usuário e ‘Meu SUS Digital’

As equipes têm a oportunidade de receber uma pontuação extra na Dimensão Acompanhamento através da participação ativa dos usuários.

As equipes que apresentarem avaliações de usuários em número inferior a 5% do total de atendimentos no quadrimestre avaliado (registrados no Siaps) receberão 0,15 ponto (quinze centésimos) acrescido ao escore da dimensão acompanhamento.

Ponto Chave: Para o acréscimo, não importa se a avaliação realizada no aplicativo ‘Meu SUS Digital’ é positiva ou negativa. O foco é potencializar a participação com o intuito de qualificar os serviços de saúde, construindo um sistema mais responsivo e centrado no usuário.

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Resultado Final e Critérios de Desempate

O Escore Final é obtido pela soma do Escore da Dimensão Cadastro (X) e do Escore da Dimensão Acompanhamento (Y).

Escore Final (X + Y)

Classificação Final

>8,5

Ótimo

7 a 8,5

Bom

5,0 e 6,9

Suficiente

<5,0

Regular

Em casos de o usuário ter sido cadastrado por mais de uma equipe, são adotados critérios de desempate para definir o vínculo, na seguinte ordem:

  1. Maior número de atendimentos no período de um ano.
  2. Atendimento mais recente.
  3. Cadastro mais atualizado.

A metodologia visa tornar o cuidado mais eficaz, resolutivo e integral, alinhado às necessidades dos indivíduos e considerando os aspectos sociais e econômicos do território.

Seu município está em risco de perder recursos devido a dados incompletos ou desatualizados?

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Com os Relatórios de ACS da Rang, sua gestão pode identificar e corrigir as falhas que mais impactam o cofinanciamento:

Critério da NT 30/2025 (Risco de Perda de Financiamento)

O Relatório de ACS Rang Resolve

Pessoa cadastrada inválida: A Nota Técnica não considera o cadastro rápido/simplificado [3, 2.6.1].

Cidadãos sem Ficha de Cadastro Válida: Permite identificar rapidamente quem possui apenas cadastro rápido, direcionando o ACS para a coleta imediata do Cadastro Individual (MICI) [3, 2.6.1].

Cadastro Incompleto (Perda do Fator 1.5): O Cadastro Completo (MICI + MICDT) vale o dobro [7, 3.4.d].

Completude de Cadastro Domiciliar: Identifica quais domicílios possuem campos não preenchidos (MICDT), assegurando a máxima pontuação no fator de multiplicação 1,5.

Ficha Desatualizada (Validade de 24 meses): Apenas informações incluídas ou atualizadas nos últimos 24 meses são consideradas válidas [5, 3.4.a; 3, 2.6.3].

Fichas Individuais Desatualizadas: Aponta exatamente quais cadastros estão prestes a expirar ou já expiraram o prazo de dois anos, permitindo a repactuação das visitas [3, 2.6.3.2].

Fragilidade no Vínculo: A territorialização é a base do componente [1, 2.1].

Cidadão sem Vínculo com Domicílio: Identifica pessoas que não são responsáveis e não têm um responsável vinculado, permitindo restabelecer o vínculo correto [4, 2.6.5].

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Informações complementares:
Nota técnica completa
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